A economia política da pobreza na atual trama conjuntural brasileira: conservadorismo, (des)caminhos, contradições e interdições no horizonte da transformação social

Nome: RUTELÉIA CÂNDIDA DE SOUZA SILVA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 06/04/2018

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
IZILDO CORRÊA LEITE Orientador
JEANE ANDRÉIA FERRAZ SILVA Examinador Interno
MARIA DAS GRAÇAS CUNHA GOMES Examinador Interno
VANIA MARIA MANFROI Examinador Externo
VERA MARIA RIBEIRO NOGUEIRA Examinador Externo

Resumo: O presente estudo tem como objetivo investigar e compreender as bases teóricas de interpretação da economia política da pobreza e sua relação com a atual trama conjuntural brasileira, considerando o período que se inicia no ano de 2003 e se estende a 2017. Consiste num esforço investigativo de apreensão de suas bases teóricas de interpretação da economia política da pobreza, situando essas bases teóricas nos marcos de teorias e ideologias distintas. Nesse sentido, o termo economia política da pobreza foi empregado no sentido de explicitar a forma aparente e ideopolítica como o fenômeno da pobreza e as expropriações capitalistas têm sido apropriados pelos agentes e representantes do pensamento burguês que, num reformismo conservador, fortalecem o projeto de dominação burguesa, ocultando a dinâmica que alimenta a lógica imanente do capital portador de juros, centrada na expropriação e na produção, extração acelerada e intensificada de mais-valor. A investigação, à luz do método materialista histórico e dialético, tem seu percurso metodológico delimitado a partir de categorias básicas constituídas e constituintes da e pela realidade, apropriadas sob um viés exploratório e que permitiram uma maior aproximação às categorias essenciais à consecução dos objetivos propostos para este estudo, como: trabalho, pobreza, formação social, Estado e lutas de classes. Além de recorrer a um acervo que permitiu a compreensão de condicionantes que determinam o modo de ser e viver de toda uma sociedade, a exemplo das ideias defendidas pelas teses da capacitação dos pobres, empoderamento e empreendedorismo. No percurso metodológico foram apropriados elementos da pesquisa bibliográfica, de modo a reunir e organizar as formulações contidas em fontes analíticas diversas e que versassem sobre a temática estudada. Quanto à técnica de análise de dados, foi empregada a análise de conteúdo para decodificar as informações e realizar inferências em liame com o método apropriado. Como resultado, a síntese dialética construída permitiu aferir que a economia política da pobreza cumpre o papel justamente de oferecer as condições favoráveis – e necessárias – para atender aos interesses de dominação e de acumulação burguesas e, portanto, imprescindíveis para manter a ordem e o equilíbrio social. Atua, dessa forma, tanto na esfera do consenso, como no campo do disciplinamento, valendo-se de aparelhos privados de hegemonia e dominação burguesa nacional e internacional. A partir dessas reflexões ficou claro que a economia política da pobreza tem papel preponderante nas expropriações materiais e sociais, contribuindo, por meio da manipulação, regressão e até mesmo repressão, para consagrar definitivamente a supremacia do capital e a ilusão de um mercado onipotente.
Palavras-chave: Economia política da pobreza. Expropriações capitalistas. Mais-valor.

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