Tendências dos fundamentos teórico-metodológicos do Serviço Social no debate contemporâneo

Resumo: A pesquisa constitui-se como atividade que vem sendo desenvolvida desde 2017 no Pós doc, vinculado ao Núcleo de Estudos e Pesquisas dos Fundamentos do Serviço Social na Contemporaneidade -NEFSSC, coordenado pela Professora Yolanda Guerra, do Programa de Pós-graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A pesquisa busca traçar alguns elementos para o aprofundamento do debate teórico da temática “Trabalho e Formação Profissional em Serviço Social”.
Apesar dos importantes avanços que a categoria dos assistentes sociais alcançou desde os anos 1990, com o Projeto Ético Político, através da organização e lutas das suas entidades - conjunto CFESS/CRESS, ABEPSS e ENESSO, a dinâmica da sociedade capitalista fundada no pensamento conservador nos coloca uma série de limites no cotidiano do trabalho profissional. Neste sentido, um problema que marca a história da profissão são os nexos entre as categorias teóricas e o cotidiano do trabalho profissional. Ou seja, o recorrente discurso de que teoria é uma coisa, e prática é outra. Refutando essa ideia, acreditamos na indissociabilidade entre teoria e prática. Entretanto, afirmar essa unidade, pautada na perspectiva marxiana, nos exige o exercício constante de pensar as mediações para reconstruir um conjunto de conhecimentos que contribuam com o trabalho profissional. E esta é a questão central proposta neste estudo.
Nesta direção, a pesquisa busca avançar na apreensão dos Fundamentos históricos e teórico metodológicos do Serviço Social brasileiro: a partir da teoria social crítica de Marx, contribuindo com os nexos entre teoria e prática no Serviço Social brasileiro. Busca identificar e analisar nas principais produções teóricas do debate contemporâneo do Serviço Social brasileiro, as principais tendências dos fundamentos teórico-metodológicos, no período histórico de 2000 a 2017. Tal preocupação, esta alicerçada na busca de conhecimentos que possam adensar a análise acerca do trabalho profissional, em sintonia com o Projeto Ético Político do Serviço Social. Particularmente diante dos ataques do capital aos direitos sociais. Realidade esta que vem incidindo na vida da classe trabalhadora brasileira e, diretamente no cotidiano do trabalho profissional do/a assistente social.
O envolvimento como docente no curso de Serviço Social da UFES desde 2010, especialmente nas disciplinas de Fundamentos Teórico Metodológicos, Fundamentos Éticos, Estágio Supervisionado, que compõem o Núcleo de Fundamentos e Instrumentalização do Trabalho Profissional, e atualmente compondo a gestão do CRESS 17ª Região (2017 – 2020), particularmente na coordenação da Comissão de Formação e Trabalho Profissional, tornam-se elementos que justificam o referido plano de trabalho. Especialmente diante da retórica conservadora que perpassa os espaços de trabalho, e na própria academia da dicotomia entre teoria e prática, esta proposta visa avançar nos nexos entre o debate dos fundamentos históricos e teórico-metodológicos consolidados pelo Serviço Social brasileiro nos últimos 30 anos, e o exercício profissional.
Para além das questões particulares que tornam esta proposta objeto de meu interesse, este estudo é relevante diante do atual contexto de agravamento da “questão social”, simultâneo ao retrocesso e perda dos direitos sociais no marco da crise do capital. Relevante porque tal processo implica na própria forma como a profissão apreende e busca enfrentar as expressões da “questão social”. Ou seja, essa análise exige mediações para pensar o próprio trabalho profissional, diante das investidas conservadoras, que vem desqualificando a ação na área social, através da retomada de práticas assistencialistas.
A perspectiva de análise marxista, que o Serviço Social se apropria para pensar a “questão social”, vai incidir na forma como a profissão apreende e responde as demandas da classe trabalhadora. Neste sentido, é nos fundamentos históricos e teórico- metodológicos que iremos apreender como a “questão social” é indissociável das novas configurações que assume o trabalho no atual contexto do modo de produção capitalista.
Sua gênese remete a Lei Geral da Acumulação Capitalista, onde no Capítulo XXIII do livro O Capital, Marx analisa as leis e processos sociais que conformam a sociedade burguesa. O que caracteriza a acumulação capitalista é a relação da composição orgânica do capital, onde o investimento no capital constante (meios, instrumentos, tecnologias) é muito maior que no capital variável (força de trabalho). Nestes termos, as novas configurações do capitalismo contemporâneo têm levado as últimas consequências essa relação entre a socialização do trabalho e a apropriação privada dos seus frutos, a partir da centralidade na superexploração do trabalho humano. Assim, a Lei Geral da Acumulação Capitalista aparece como lei natural e absoluta em nossa realidade. Diante destes dilemas que a contemporaneidade nos impõe, o aprofundamento deste debate teórico, através dos clássicos, visa contribuir na apreensão das mediações para pensar o trabalho profissional do Serviço Social, identificando e analisando as tendências dos fundamentos no debate contemporâneo do Serviço Social brasileiro.

Data de início: 05/03/2018
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Coordenador SILVIA NEVES SALAZAR
Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910