A MAIS INSANA MISTIFICAÇÃO CAPITALISTA: SOBRE A RELAÇÃO ENTRE FETICHISMO E CAPITAL FICTÍCIO

Nome: BERNARDO GOIS FRAGUAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 16/12/2022
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
ADRIANO LOPES ALMEIDA TEIXEIRA Co-orientador
MAURICIO DE SOUZA SABADINI Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
ADRIANO LOPES ALMEIDA TEIXEIRA Coorientador
JADIR ANTUNES Examinador Externo
GUSTAVO MOURA DE CAVALCANTI MELLO Examinador Interno
MAURICIO DE SOUZA SABADINI Orientador

Resumo: O presente estudo busca analisar a relação entre o fetichismo e a categoria capital fictício dentro da obra O capital, de Karl Marx, compreendendo os três livros que a compõem. Nesse quadro, Marx, nessa referida obra, expõe as determinações mais fundamentais que definem uma determinada formação social como capitalista. Mas para além disso, Marx busca também demonstrar e explicar o processo por meio do qual essas determinações aparecem de forma mistificada na imediaticidade dos fenômenos. Assim, o que explica essa mistificação é exatamente o fenômeno do fetichismo, apresentado por Marx logo no início de sua obra. O fetichismo, com isso, perpassa por toda a exposição realizada ao longo dos três livros de O capital e se torna o fundamento do processo de autonomização das formas funcionais do capital. Nesse processo, parte-se do capital em geral e, na medida em que ocorre a progressão do fetichismo, tem-se o surgimento das formas derivadas do capital monetário. Tem-se, assim, primeiro o capital portador de juros para, em seguida, com mais um avanço no processo de autonomização das formas, o capital fictício. Em um primeiro momento, Marx considera o capital portador de juros como o paroxismo do fetichismo, no entanto tal afirmação proporciona o questionamento de como o capital fictício, como forma derivada do capital portador de juros, relacionar-se-ia, então, com o fetichismo. Para tal, faz-se necessário analisar como que se dá a passagem do capital portador de juros para o capital fictício. Nesse processo, será possível constatar que o capital
fictício se constitui em pura forma sem conteúdo. Ou seja, enquanto o
capital portador de juros ainda apresenta uma dualidade entre a sua
expressão em totalidade – que inclui o conteúdo – e a sua expressão
fetichista – a sua forma de manifestação –, o capital fictício, por sua vez, é pura expressão fetichista enquanto forma sem conteúdo. O capital fictício se trata, assim, da expressão máxima do próprio fetichismo do capital portador de juros. E é esse próprio fetichismo o que explica a passagem do capital portador de juros para o capital fictício. Tem-se, assim, o capital fictício como a mais insana forma de mistificação da sociedade capitalista.

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