POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO ENCANTADO MUNDO DO CAPITAL E
RESPOSTAS DAS POLÍTICAS SOCIAIS

Nome: VERÔNICA MARTINS TIENGO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 12/04/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MAURICIO DE SOUZA SABADINI Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
JANE CRUZ PRATES Examinador Externo
LÍVIA DE CÁSSIA GODOI MORAES Examinador Interno
MÁRCIO PASCHOINO LUPATINI Examinador Externo
MAURICIO DE SOUZA SABADINI Orientador
RAFAEL VIEIRA TEIXEIRA Examinador Interno

Resumo: A tese objetiva discutir quem é a população em situação de rua diante das
contradições inerentes à lei geral de acumulação capitalista, debatendo suas
implicações para a inserção no trabalho informal e para as respostas oferecidas
pelas políticas sociais voltadas para esses despossuídos. O objeto de pesquisa é a relação entre a população em situação de rua e as políticas sociais no contexto da lei geral de acumulação capitalista. O problema de pesquisa proposto é: Como a população em situação de rua integra a superpopulação relativa e quais são as respostas das políticas sociais? Trata-se de uma pesquisa qualitativa, documental, bibliográfica, pautada no materialismo histórico-dialético e foram realizadas entrevistas semiestruturadas. Apresentamos o aspecto ampliado a respeito da classe trabalhadora, debatemos sobre quem é a classe trabalhadora hoje e concluímos que fazem parte dela todos os assalariados que não possuem os meios de produção, inclusive os desempregados, pois esses também necessitam vender
sua força de trabalho para manter a própria sobrevivência. Trabalhamos na tese com a associação entre o proletariado e a classe trabalhadora, como sinônimos. Discutimos a população em situação de rua enquanto parte da classe trabalhadora e da superpopulação relativa, em cada uma de suas formas básicas e no pauperismo, debatendo também sobre o lumpemproletariado enquanto categoria. Apresentamos as respostas das políticas sociais para o processo de rualização, sendo embasado no “modelo de escada” nos países da América Latina, onde há ampla inserção no trabalho informal, imprescindível para a sobrevivência da maioria deles. Conforme argumentado na presente tese, a superpopulação relativa e seu sedimento mais baixo (os paupers) cumprem seu papel nesse modo de produção. Compõem a lei geral de acumulação capitalista, logo é uma condição de existência para esse modo
de produção, e funcionam como sua alavanca. Assim, não há capitalismo sem a produção e reprodução de um grupo parcial ou inteiramente desocupado. Um grupo acumulador de miséria é pressuposto da existência de outro acumulador de riquezas, a população em situação de rua é representante por excelência dos despossuídos. A superpopulação relativa é integrante dessa lei. Os que vivenciam o processo de rualização fazem parte desse grupo em todas as suas formas, tanto as básicas (flutuante, latente, estagnada) quanto o sedimento mais baixo (pauperismo). Concentra-se especialmente na forma estagnada, visto que a maioria vive do trabalho informal, todavia, pode passar por cada uma das formas, e, cada vez mais as formas básicas vivem numa maior pauperização, o que torna a linha que as diferencia cada vez mais tênue e as formas se entrelaçam cada vez mais entre si.

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