CRÍTICA À CONCEPÇÃO HEGEMÔNICA DE ERRADICAÇÃO DA POBREZA: um estudo sobre a estratégia de naturalização e gestão da barbárie no Espírito Santo

Nome: RAQUEL MOTA MASCARENHAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 14/03/2014

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA PAULA ORNELLAS MAURIEL Examinador Externo
ANA TARGINA RODRIGUES FERRAZ Examinador Interno
IZILDO CORRÊA LEITE Orientador

Resumo: Com base em pesquisa bibliográfica e documental, e fazendo uso da análise de conteúdo, este trabalho tem como objetivo geral analisar a meta de erradicar a pobreza até 2025, constituinte do Plano de Desenvolvimento Espírito Santo 2025. Compreendemos que essa meta faz parte do modelo de desenvolvimento sustentado elaborado pela burguesia capixaba, organizada no Movimento Empresarial Espírito Santo em Ação, e em articulação com o executivo estadual e a Petrobrás, sem que tenha havido participação de trabalhadores na elaboração do plano mencionado. Seguem-se as principais conclusões. A meta em questão foi construída sob o marco ideopolítico e teórico da internacionalização do enfrentamento da pobreza, transpondo-se para o território estadual o discurso hegemônico de erradicação daquela condição social, entendida como sendo, em última análise, de responsabilidade do indivíduo, e não enquanto consequência direta do modo de produção capitalista. Além disso, os pobres são compreendidos, na elaboração da meta, de forma dual: ora identificados através do pressuposto da falta, ora enquanto agentes livres para construir seu próprio futuro. Em consequência dessa dualidade, são propostas duas vias de ação tidas como essenciais para erradicar a pobreza: uma, centrada na transferência de renda para os que vivem na pobreza mais acentuada, e outra, na concessão de (micro)crédito para os pobres não miseráveis, com vistas a possibilitar que se tornem empreendedores. A meta analisada visa contribuir para promover a paz social, através da contenção dos pobres e de sua latente revolta diante sua degradada condição de vida em território espírito-santense, o que demonstra sua funcionalidade para naturalizar e gerir a barbárie que marca a contemporaneidade capitalista.

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