O esgotamento da organização político-partidária da classe trabalhadora no Brasil
Nome: OTHONIEL CIBIEN DOS SANTOS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/08/2017
Banca:
Nome | Papel |
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ADRIANA AMARAL FERREIRA | Orientador |
GILSA HELENA BARCELLOS | Examinador Externo |
HENRIQUE PEREIRA BRAGA | Examinador Externo |
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo refletir sobre a crise política brasileira que teve nas mássicas manifestações de junho de 2013, conhecida como as jornadas de junho. Partimos da idéia de que as manifestações de 2013 representam uma ruptura política e teórica com as formas, tática e estratégias que os movimentos sociais que brotaram do chão na década de 1970, a saber: movimentos comunitários, Comunidade Eclesial de Base (CEB), o novo sindicalismo, entre outros, que lutaram contra o regime militar e que formaram um partido política de massas, o partido dos trabalhadores (PT), que representou a esperança de transformação da sociedade brasileira rumo ao socialismo. Depois de acordar de uma noite de vinte e um anos, o Brasil pode ser considerado, tardiamente uma nação capitalista. A realidade que se impunha naquele momento, fazia de Gramsci seu interprete natural. Uma sociedade de tipo ocidental, com um Estado que se amplia, com a redemocratização política, uma classe trabalhadora ativa e um partido moderno, capaz de sintetizar esse amalgama de interesses e elevá-los a um patamar superior, dirigindo intelectual e moralmente a sociedade civil. Porém, no palco do mundo, as cenas que assistimos colocavam em xeque essa perspectiva. Quando o PT tenta sua vitória em 1989, é o socialismo que desmorona, deixando um vazio no dissenso histórico, rapidamente ocupado pelo discurso único do neoliberalismo. Quando o país consegue propor constitucionalmente um Estado social, chegava a hora de reformá-lo para o capital financeiro. Para chegar ao poder o PT teve que renunciar sua base social e se agarrar a um projeto de poder. Uma vez no poder, o PT foi um ótimo gerenciador da barbárie, se concentrou nos miseráveis e sustentou a aristocracia financeira. Aproveitando o crescimento chinês, ele governo sobre os pilares: Commodities, Crédito e Consumo (CCC), bases frágeis que, com os reflexos da crise de 2008, fez desabar o castelo de areia do PT, cuja implosão começa em 2013 e parece ter terminado em 2015. Mais do que uma crise política, é uma crise econômica e teórica de suma importância para o entendimento e procura de novos caminhos para a transformação social.