DAS JORNADAS DE JUNHO ÀS OCUPAÇÕES DAS ESCOLAS (2013-2016): REVOLTAS DA JUVENTUDE BRASILEIRA EM TEMPOS DE CRISE
Nome: CAMILA LOPES TAQUETTI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 02/02/2021
Orientador:
Nome | Papel |
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ANA TARGINA RODRIGUES FERRAZ | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANA TARGINA RODRIGUES FERRAZ | Orientador |
GRAZIELA MENEZES DE JESUS | Examinador Externo |
LÍVIA DE CÁSSIA GODOI MORAES | Examinador Interno |
LUÍS ANTONIO GROPPO | Examinador Externo |
TATIANA DAHMER PEREIRA | Examinador Externo |
Resumo: O principal objetivo desta pesquisa é analisar as formas de ação e organização política dos movimentos contestatórios urbanos da juventude brasileira que emergiram de forma particular com a explosão da onda nacional de revoltas composta pelas Jornadas de Junho de 2013 e Ocupações das Escolas ocorridas entre 2015 e 2016, no contexto de acirramento das crises, econômica e política, para verificar se esses movimentos se caracterizam pela reinvenção das expressões políticas de resistência social reveladas nas lutas antecedentes do século XX. Como objetivos específicos, buscou-se verificar: as condições sócio-históricas que possibilitaram a constituição e a ascensão desses movimentos urbanos; a configuração do Movimento Passe Livre (MPL) e do coletivo O Mal Educado (OME) em seus aspectos ideológicos, suas perspectivas político-organizativas e ações desenvolvidas; a relação e a interação do MPL e do OME junto aos movimentos sociais tradicionais de esquerda antes de 2013 e no processo de intensificação das lutas; a incidência desses coletivos autonomistas de São Paulo nas jornadas de junho e nas ocupações das escolas e, por fim, as formas de ação política utilizadas pelos movimentos urbanos da juventude para verificar se essas se caracterizam pela reinvenção de tendências político-organizativas reveladas nas lutas antecedentes no século XX. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujos dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas com ex-militantes do MPL e do OME, cujo conteúdo foi analisado à luz do arcabouço teórico que permeou a discussão da crise capitalista a partir do referencial marxista, além da perspectiva história das ações coletivas e das circunstâncias de revolta
com destacada atuação da juventude no mundo a partir da década de 1960
até a onda de rebeldias reativas à crise no início do século XXI. E, por
fim, também situamos a discussão apontando a conjuntura brasileira
impulsionadora da onda de revoltas da juventude entre 2013 e 2016, quando se revela em caráter nacional as tentativas de reinvenção das formas de
ação e organização sociopolítica.