INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS, BIG TECHS E O CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
Nome: GIOVANNA BORGES BORTOTTO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/03/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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GUSTAVO MOURA DE CAVALCANTI MELLO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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EDEMILSON CRUZ SANTANA JUNIOR | Examinador Externo |
GUSTAVO MOURA DE CAVALCANTI MELLO | Orientador |
HENRIQUE PEREIRA BRAGA | Examinador Externo |
PAULO NAKATANI | Examinador Interno |
Resumo: Observa-se historicamente a existência de uma relação estreita entre o desenvolvimento tecnológico e a acumulação capitalista, algo que antecede a Revolução Industrial, e que a partir daí dá origem a sucessivas revoluções tecno-cientificas. Neste trabalho visamos investigar os nexos entre a atual dinâmica de acumulação de capital e um conjunto de recentes inovações tecnológicas, que envolvem dispositivos e conexões móveis, plataformas digitais, Inteligência Artificial, Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e a big data, dentre outras. Além de apreender a natureza e as principais determinações e tendências dessa onda de inovações, fez-se necessário estudar a atuação de empresas que detêm uma fatia considerável do mercado
tecnológico, as chamadas big techs, mais especificamente os grupos GAMFA
(Google, Apple, Microsoft, Facebook e Amazon) e BAT (Baidu, Alibaba e
Tencent). Com base em um arcabouço conceitual próprio à crítica marxiana
à economia política, buscamos assim identificar e compreender os principais
impactos da corrente revolução técnico-científica sobre os processos
produtivos, a esfera da circulação mercantil e financeira, e bem como sobre
os mecanismos de apropriação da riqueza social. Com isso, evidenciou-se
que, a despeito de seus potenciais inauditos, essas tecnologias resultam do
processo subsunção da ciência ao capital e são por ele condicionadas, e
que tal processo deve ser compreendido como momento da subsunção real do
trabalho ao capital, respondendo assim às tendências e contradições que
são inerentes à reprodução social capitalista, e que se agudizam num
contexto de crônica sobre acumulação de capital. Dessa forma, dentre outras
coisas, prestam-se à exacerbação do controle e da dominação social, ao
incremento da extração da mais-valia da população trabalhadora ativa, e,
contraditoriamente, ao alijamento de crescentes parcelas de trabalho vivo em
relação ao processo produtivo, tornadas redundantes em decorrência do
avanço da automação.