PARA ONDE FOI O DINHEIRO DA SAÚDE MENTAL? ANÁLISE DOS GASTOS DA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO ESPÍRITO
SANTO COM AÇÕES E SERVIÇOS EM SAÚDE MENTAL

Nome: LARA DA SILVA CAMPANHARO

Data de publicação: 27/10/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDINEIA FIGUEIRA DOS ANJOS OLIVEIRA Examinador Interno
FABIOLA XAVIER LEAL Presidente
JEANE ANDREIA FERRAZ SILVA Examinador Interno
MARIA LUCIA TEIXEIRA GARCIA Coorientador
RITA DE CASSIA CAVALCANTE LIMA Examinador Externo

Resumo: A dissertação se propõe identificar a tendência assumida pelo financiamento do estado do Espírito Santo nas ações e serviços da Saúde Mental, considerando como esse financiamento concretiza ou não as diretrizes estabelecidas no interior dos instrumentos de gestão garantindo (ou não) os serviços e ações extra-hospitalares e de base comunitária, tal como definida na referida Política. Realizamos Pesquisa Documental, numa abordagem mista, utilizando a Estratégia de Triangulação Concomitante. O recorte temporal foi de 2009-2021 e o lócus da pesquisa envolveu a Secretaria de Saúde de Estado do Espírito Santo, por meio de nove (09) setores – Gerência de Contratualização da Rede Complementar; Núcleo Especial de Programação de Serviços de Saúde; Área Técnica de Saúde Mental; Gerência de Assistência Farmacêutica; Comissão Intergestores Bipartite do SUS/ES; Gerência de Planejamento Estadual Desenvolvimento Institucional; Fundo Estadual de Saúde; Gerência de Contratualização da Rede Própria e o Núcleo Especial de Regulação de Internação –, onde consultamos os documentos de acesso restrito sobre os gastos com as ações e serviços do estado com Rede de Atenção Psicossocial. Utilizamos ainda documentos públicos de três (03) sites - Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo onde acessarmos os Planos estaduais de Saúde e os documentos de Orçamento da saúde; Portal da Transparência do Espírito Santo onde acessamos dados sobre o gasto com o financiamento da Política de Saúde do nível estado e no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde identificamos dados sobre repasse da União para o Espírito Santo. Os dados evidenciaram a fragmentação entre o planejamento e a execução no financiamento das ações e serviço da Rede de Atenção Psicossocial no ente subnacional estado, resultando em uma escassez de informações sobre as competências atribuídas ou assumidas por esse ente. Em relação às metas que o estado se propôs a realizar para ampliação dos serviços da rede, nenhuma foi cumprida no quantitativo estabelecido. Já sobre o financiamento, entre os recursos possíveis de terem seu destino identificados, encontramos uma tendência de financiamento para instituições hospitalares, com 57,50% de todo o recurso empregado de 2009-2021, principalmente em leitos em hospitais psiquiátricos (48,01%). No caso dos serviços extra-hospitalares, o financiamento das Residêncais Terapêuticas representou 23,70%. Já para os medicamentos a destinação foi
de 18,80%. Nesse cenário, ressaltamos a participação da Organização da Sociedade Civil na gestão dos serviços da saúde mental capixaba, que alteram a forma de gerir os equipamentos, instalando uma gestão baseada em metas. Assim, os resultados apontam para o aumento da tendência de recurso estaduais para a saúde mental após a adesão do estado a RAPS, contudo, a tendência de destinação dos recursos permanece centrada na lógica manicomial. O que esse cenário revela é a não garantia das ações e serviços extrahospitalares e de base comunitária, como definido na Política de Saúde Mental, com a continuidade das disputas entre o modelo de cuidado da Reforma Psiquiátrica versus o modelo Manicomial.

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