A AJUDA QUE NÃO AJUDA: A ILUSÃO DA AJUDA EXTERNA PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO DO HAITI (1991-2020)

Nome: WILGENS EXIL

Data de publicação: 30/10/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CAMILLA DOS SANTOS NOGUEIRA Examinador Interno
DANIEL PEREIRA SAMPAIO Presidente
MAURO THURY DE VIEIRA SÁ Examinador Externo
ROGERIO NAQUES FALEIROS Examinador Interno

Resumo: Esta pesquisa estuda o agravamento da dependência econômica do Haiti em relação aos países doadores de ajuda externa durante o período de 1991 a 2020. A pesquisa resgatou o processo histórico de dependência do Haiti, destacando o papel da França, dos Estados Unidos e Canadá. Além disso, analisou a ligação entre ajuda externa e o agravamento da dependência econômica a partir da teoria da dependência caribenha. Como resultado, foi identificado que a dependência econômica do Haiti está se aprofundando, tendo em vista que as doações internacionais vêm ocupando a cada ano uma proporção maior do orçamento público do Haiti. Esse aumento da dependência do orçamento público do Haiti pode ser justificado, não pela insuficiência de recursos do país, mas pelos interesses econômicos dos três principais países doadores que são Estados Unidos, França e Canadá, que chamamos de tridente imperialista, com objetivo de ficarem relevantes nas decisões internas do Haiti. Dentre os elementos determinantes para atração de ajuda externa, podem ser destacados: o pioneirismo da independência dos escravos negros, localização próxima à Cuba e ao Canal do Panamá, bem como a presença de recursos naturais. Por isso, a estabilidade econômica desse país também pode influenciar a de demais países do Caribe, sendo que vários deles ainda são considerados como países ultramarinos. As doações aparecem como forma de dominação econômica, política e social. Elas são realizadas por meio de desembolso de volumosos recursos para realização de projetos, estruturados por longas cadeias de contratações, envolvendo várias ONG de origem do país doador. Contudo, uma
parcela próxima a 1% dos valores desembolsados para a doação fica efetivamente no Haiti, sendo o restante apropriado pela longa cadeia de negociação e contratação das ONG. O resultado desses projetos, que chamamos de Pwojè bidon, mostra que esses tipos de ajuda servem, na verdade, para manter o Haiti numa dependência econômica através de um
círculo vicioso da ajuda externa.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910