IMIGRAÇÃO HAITIANA E RACISMO ESTRUTURAL BRASILEIRO: OS HAITIANOS NO RIO DE JANEIRO (2010-2024)

Nome: RICHEMOND DACILIEN

Data de publicação: 20/02/2025

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ROGERIO NAQUES FALEIROS Presidente

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Resumo: DACILIEN, Richemond. Imigração Haitiana e Racismo Estrutural Brasileiro: Haitianos na de Rio de Janeiro (2010-2024). 226 p. Tese (doutorado em política social) – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2025. Desde 2010, o Brasil tem registrado um aumento significativo na imigração haitiana, com o número de residentes haitianos aumentando de menos de 200 entre 1940 e 2000 para cerca de 161.000 até 2024, de acordo com dados do ACNUR. Este trabalho tem como objetivo de compreender o processo migratório de haitianos para ao Brasil, entre 2010 e 2024, visando evidenciar as múltiplas dimensões do racismo estrutural brasileiro (cultural, socioeconômica e institucional) manifestado na falta de acesso às políticas sociais voltadas às populações migrantes e pretas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Os resultados revelam que o racismo estrutural no Brasil opera de forma insidiosa, invisibilizando as demandas específicas da população imigrante haitiana e tratando-a como se tivesse as mesmas condições históricas e sociais dos brasileiros. Isso se reflete em obstáculos como o treinamento inadequado dos profissionais, a rigidez institucional e a implementação de políticas universais que não levam em conta a vulnerabilidade particular dessa comunidade. O SUS e o SUAS, embora fundados nos princípios da universalidade e da equidade, reproduzem desigualdades ao não adaptarem suas práticas às condições específicas dos imigrantes. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa combinou revisão bibliográfica, levantamento documental e trabalho de campo com entrevistas semiestruturadas, grupo focal e observação participante, mantendo contato direto com lideranças haitianas no Rio de Janeiro. Conduzida por um pesquisador haitiano, a tese faz uma análise crítica do papel do pesquisador como membro do grupo estudado, fornecendo uma perspectiva interna que enfatiza a realidade vivida pela comunidade. Essa abordagem lança luz sobre a dinâmica da exclusão que molda a experiência dos haitianos no Rio de Janeiro, destacando como o racismo estrutural não apenas limita o acesso aos direitos fundamentais, mas também reforça as desigualdades preexistentes, perpetuando ciclos de exclusão e vulnerabilidade

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