A saúde mental e o bem-estar dos empreendedores das favelas em tempos de pandemia

Resumo: A Organização Mundial da Saúde define saúde mental como um “estado de bem-estar no qual cada indivíduo realiza seu próprio potencial, pode lidar com o estresse normal da vida, pode trabalhar de maneira produtiva e produtiva e é capaz de contribuir com sua comunidade ”(OMS, 2014).
A premissa de nossa pesquisa é que, no Brasil, existe uma lacuna na provisão de ações e serviços no campo da saúde mental com foco em microempreendedores (formais e informais), que se agrava em um contexto de pandemia. Investigaremos essa hipótese, inicialmente focando nos microempreendedores que vivem e tem seus empreendimentos nas favelas brasileiras.
Os microempreendedores podem ser um grupo de risco para problemas de saúde mental (Freeman, 2015) e estamos interessados em saber até que ponto isso se confirma em ambientes informais como nas Favelas, e em vigência da pandemia. Estamos particularmente interessados nos empreendedores da Favela, que permite que suas comunidades funcionem, além de assegurar o sustento da família.
Considerando a enorme desigualdade social brasileira, a alta taxa de desemprego e a crescente informalidade do trabalho à qual estão expostas muitas famílias; a pandemia pelo COVID 19 incide sobre as famílias que residem nas favelas no Brasil em uma realidade já marcada por pobreza e dificuldades de acesso a direitos sociais. Pesquisa do Instituto Data Favela (2020) indica que 7 de cada 10 famílias residentes nas favelas já tiveram suas rendas familiares reduzidas. E 95% se dizem preocupados com a pandemia.
Por outro lado, a redução da demanda comercial, necessariamente, provocará um impacto econômico relativamente perverso. Esse impacto econômico não é trivial, que levará a uma desaceleração da economia como um todo. Causando um problema maior, principalmente, para a população das favelas (CUFA, 2020). A campanha Favela contra o Vírus (#Favelacontraovirus), está mobilizando cerca de 200 comunidades pobres em cada um dos Estados brasileiros. A ofensiva produziu uma lista de reivindicações, com 14 pontos, que está sendo negociada com o governo federal e, de forma mais direta, com os governos estaduais.
A pandemia fornece assim, um momento adicional e único de reflexão em torno dos tema de pesquisa aqui proposto e, em particular, a disponibilidade de apoio geral e direcionado para permitir que esses empreendedores mantenham sua saúde e bem-estar mental e continuem suas atividades empresariais. Por outro lado, os resultados da pesquisa possibilitarão a produção de recomendações de ações junto a esse segmento.
Por fim, há relevância social, caracterizada tanto pela parceria entre Universidades brasileiras (Ufes) e estrangeiras (UK e Ucrânia) e o Instituto Data Favela (Central Única das Favelas), quanto pela possibilidade de dar visibilidade um segmento importante dentro da dinâmica das favelas brasileiras.

Data de início: 09/08/2020
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Coordenador MARIA LUCIA TEIXEIRA GARCIA
Pesquisador EDINEIA FIGUEIRA DOS ANJOS OLIVEIRA
Pesquisador FABIOLA XAVIER LEAL
Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910